Exige-se responsabilidade na prestação de cuidados ortopédicos no Algarve. A culpa não pode morrer solteira.
O SIM há muitos meses e das mais diversas formas vem chamando a atenção do governo e dos grupos parlamentares do problema nos serviços de urgência, da revolta e desmotivação dos médicos perante a manutenção do corte a 50% na remuneração do trabalho suplementar dos médicos do Serviço Nacional de Saúde, ao mesmo tempo que todos os dias aparecem propostas de norte a sul do país de pagamento a empresas três e quatro vezes mais que os médicos mais diferenciados.
Com surpresa e desagrado vimos o Ministério da Saúde, apesar das expectativas criadas, da concordância em relação aos argumentos do SIM e a demonstração de não representar um aumento de despesa, persistir numa solução que diminui a qualidade e organização dos Serviços de Urgência.
O Ministério da saúde continua a preferir pagar às empresas apesar de todos os dias serem reportados falhas e problemas.
A última delas ocorreu no Hospital de Faro em que apesar de estarem três ortopedistas contratados por empresa ocorreram situações clínicas que necessitavam de cirurgia que não ocorreram alegadamente por não ter sido possível contactá-los.
Três médicos de empresas a pagos a 50 euros para na prática não estarem no hospital mas estão a receber! Aparentemente entram mais tarde quando entram e saem mais cedo porque têm que entrar noutro sítio logo de seguida e recebem a totalidade da urgência e não operam durante a noite colocando os doentes na enfermaria para depois serem operados em cirurgia adicional.
O SIM Algarve exige ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar saber as medidas que vai tomar para evitar a repetição destas gravíssimas situações.
O SIM Algarve exige explicações ao Governo e ao Conselho de Administração sobre esta situação que a confirmar-se é grave tanto pela degradação da qualidade dos serviços como pela utilização inadequada dos parcos meios disponíveis.
A qualidade e segurança da população que acede a cuidados de saúde e a sanidade mental dos médicos têm de ser defendidas.
A pouca vergonha atingiu o clímax. Haja vergonha e o Ministério da Saúde que tome as medidas que deve tomar!
Faro, 31 de Julho de 2016
O Secretário-Regional do Algarve
João Silva Dias
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