Política de Cookies

Este site utiliza Cookies. Ao navegar, está a consentir o seu uso.Saiba mais

Compreendi
aa

Sindicato Independente dos Médicos

Natal expõe as graves deficiências do Centro Hospitalar de Lisboa Central

25 dezembro 2018
Natal expõe as graves deficiências do Centro Hospitalar de Lisboa Central
O encerramento inédito da urgência da Maternidade Alfredo da Costa por falta de anestesistas, que se seguiu à demissão do Diretor Clínico do centro hospitalar a que aquela unidade pertence, vem apenas confirmar os receios e a legitimidade dos alertas repetidos dos médicos quanto à necessidade de melhorar as condições de trabalho e atratividade, incluindo remuneratória, para os médicos do quadro das entidades do Serviço Nacional de Saúde.

O Conselho Administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central persiste na sua atitude pouco amigável para com os trabalhadores médicos, de que é exemplo o não pagamento do trabalho prestado entre as 07:00 e 08:00 como trabalho noturno, relutância no cumprimento dos descansos compensatórios, relutância no pagamento de trabalho extraordinário, implementação de bancos de horas ilegais, falta de reconhecimento do esforço dos profissionais e a conivência com atitudes prepotentes de alguns diretores de serviço.

É pública e notória a falta de capacidade para ultrapassar os motivos que levaram às demissões dos chefes de equipa no Hospital de São José, Hospital D. Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa, que culminaram com o pedido demissão do Director Clínico.

A demissão do Diretor Clínico é assim o culminar de um conjunto de situações que levam este centro hospitalar a estar próximo do abismo.

A saída de médicos associada à incapacidade deste centro hospitalar em fazer se ouvir pela tutela para abrir concursos faz com que os profissionais restantes estejam nos limites da desmotivação e desesperança.

A falta de urgência da Maternidade Alfredo da Costa não é uma situação pontual. Ocorre também  nos restantes pólos e só o extraordinário esforço dos seus profissionais disfarça as situações em que reiteradamente não se garante a segurança dos médicos e doentes, como ocorre quando os médicos acumulam simultaneamente trabalho em urgência interna e externa ou quando os médicos anestesistas são escalados simultaneamente para trabalho de rotina e trabalho no serviço de urgência.

Tudo isto culmina com o anúncio da Senhora Ministra da Saúde quanto à disponibilidade para remunerar prestadores de serviços médicos com um valor por hora mais de 20 vezes superior aos valores da maioria dos médicos do quadro, ao mesmo tempo que adia a revisão da tabela remuneratória dos médicos do quadro do SNS.

É assim lamentável que a Senhora Ministra ao invés de responsabilizar a administração responsabilize os médicos referindo valores de 500 euros por hora quando os médicos do quadro nem um vigésimo desse valor auferem, pelo que o SIM exige saber a quem e onde foram feitos pagamentos desta ordem.

O SIM reafirma a disponibilidade para a reintrodução do regime de dedicação exclusiva dos médicos, com caráter opcional, voluntário e reversível, com a devida compensação em termos remuneratórios e outros, e que permita a fixação e dedicação plena dos médicos às suas instituições, recordando que foi um Governo do principal partido que suporta o atual Governo que o retirou.

O SIM saúda os médicos que tudo têm feito para garantir serviços médicos, a grande maioria das vezes com com excesso de horas de trabalho de trabalho e grande sacrifício pessoal.

O SIM apela que o Governo e o Conselho de Administração cumpram as suas funções e garantam a contratação de profissionais, não os afastando nem recusando melhorar as condições de trabalho. Apela também à abertura de um inquérito para avaliar as razões das saídas de especialistas e recém-especialistas deste centro hospitalar.

Partilhar

Horas ExtraCalculadora

Torne-se sócio

Vantagens em ser sócio