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Sindicato Independente dos Médicos

As USF B, a cenoura das A, o faz de conta - um país onde o doente não conta

17 dezembro 2019
As USF B, a cenoura das A, o faz de conta - um país onde o doente não conta
Num fórum da internet e no contexto da anunciada saída do SIM das reuniões de uma Comissão Técnica Nacional embevecida com burocracias, e perante a defesa feita por alguns responsáveis dos procedimentos que o SIM denuncia, um Médico proclama:

Ninguém tem nada contra a contratualização (eu pelo menos não tenho).

Mas convém lembrar que há equipas, incluo a minha, que tem muita dificuldade em dar cumprimento a tudo o que é solicitado.

Temos 2 horas de reunião por semana e nessas reuniões temos que:

- analisar reclamações, sugestões, opiniões

- discutir aspectos burocráticos de articulação com o ACeS

- operacionalizar todas as fases da contratualização

- discutir aspectos de funcionamento (normal) do serviço

- discutir aspectos de funcionamento em épocas especiais, como a gripe

- operacionalizar formação interna

- operacionalizar partilha de formação

- discussão de casos clínicos problema do serviço

- fazer auditorias

- discutir inquéritos de satisfação de utentes e profissionais

- discutir os múltiplos mail que são enviados por parte do ACeS e da ARS, dos quais se incluem multiplos e-mails

- gerir a intersubstituição em caso de ausências para férias, formações externas, etc.

- discutir e aprovar procedimentos internos

- discutir boas práticas

- discutir os novos documentos que vão surgindo (guia Di-Or, operacionalização da contratualização,...)

- análise de indicadores e discutir e operacionalizar propostas de melhoria

- etc.


É impossível cumprir mais.

É um abuso burocrático das equipas.

Diria ainda mais: é mobbing


Não pode simplesmente dizer que quem cumpre tem incentivos e quem não cumpre não tem.

A estratégia da tutela está tomada: é não dar incentivos ou destruir o SNS por desgaste das equipas.

Tenho 2 internas que estão fortemente motivadas para abandonar o SNS após concluir o internato porque vêm o que a equipa sofre.

As equipas têm que optar entre: a) ver doentes e não cumprir a burocracia, b) gerir burocracia e não ver doentes ou c) fazer de conta que vêm doentes e inventar documentos avulso para fazer de conta que cumprem a burocracia.

Só a opção c) dá direito a incentivos, relembro...

É o país do faz de conta.

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