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Sindicato Independente dos Médicos

DN: “Não, senhora ministra, não devemos nada ao SNS”, diz presidente da Secção Regional do Sul

01 dezembro 2019
DN: “Não, senhora ministra, não devemos nada ao SNS”, diz presidente da Secção Regional do Sul
Diário de Notícias, 1 dezembro 2019, Ana Mafalda Inácio

O presidente da Secção Regional Sul da Ordem dos Médicos escreveu um artigo com a intenção de pôr os pontos nos is. E a conclusão é: "Não, senhora ministra, não devemos nada ao SNS."

"Um médico interno não se forma numa sala de aula, forma-se observando e tratando doentes, com milhares de consultas, urgências, internamentos, participando em cirurgias durante 40 horas semanais, que nunca são só 40 horas, fazendo colheita de dados fora do seu horário de trabalho. A formação médica é feita a trabalhar e é esse trabalho que o Estado paga, com salários baixíssimos tendo em conta o que lhes é pedido", argumentou ainda.

No texto, que vai chegar por correio a casa dos médicos nos próximos dias, o presidente da Secção Regional do Sul diz ser urgente e necessário "desmontar os argumentos" que até agora têm sido utilizados para justificar que os médicos devem compensar o Estado pela sua formação, mas mais do que desmontar, defende, "importa ter uma posição unida da classe face a esta agressão que ofende quem, anos após ano, tem lutado por uma medicina de serviço público".

Curso de Medicina não é dos mais caros, Engenharia custa mais

Depois que o curso de Medicina não é dos mais caros. "Dados da própria Universidade de Lisboa revelam que o custo de um licenciado em Medicina é de 5539 euros/ano, inferior ao de um dentista (7488 euros/ano) ou de um engenheiro (8390 euros/ano). E todos pagam a mesma propina anual (que deve ser subtraída) - 1063,47 euros. Não consta que o Estado queira amarrar os dentistas aos centros de saúde (onde fazem muita falta) ou que os engenheiros tenham que devolver ou compensar os seus estudos."

Por último, sustenta que o internato da especialidade "não é um curso, nem ensino, não se faz numa sala de aula." A formação de um interno, que hoje, segundo refere, já representa 2/3 dos médicos do SNS. São milhares de consultas, internamentos e urgências, essenciais para o funcionamento dos serviços hospitalares. Pagos com um salário baixíssimo, comparado com outras profissões na área da saúde, com muito menos responsabilidade. Sem contar com as bolsas de horas não pagas ou compensadas, com os cursos pagos a expensas próprias, investigação e formação gratuita de alunos ou outros profissionais, com provas de avaliação anuais exigentes para as quais gastámos férias e fins de semana sem fim, longe da família ou amigos, quer durante o internato quer após... Não digam, nem pensem sequer em dizer que "os médicos" deviam pagar a sua formação... é uma ofensa para todos os especialistas que realizaram o Internato nos últimos 30 anos, tanto como aos internos que estão a realizá-lo. Uma ofensa à classe médica despropositada e que provoca certamente uma reação com resultados opostos."

Artigo completo em Diário de Notícias.

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