TSF, 26 junho 2020, Lusa
"Em Lisboa e Vale do Tejo voltámos atrás na realização de consultas e tratamento", disse o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, adiantando que neste momento os médicos de família estão "exclusivamente a seguir apenas a doença aguda".
"Já antes da pandemia havia falta de médicos e uma grande lista de espera, a verdade é que com a pandemia e com a desorganização do trabalho durante a pandemia não houve hipótese de os médicos descansarem, de fazerem descanso obrigatório, gozarem fim de semana e mesmo terem férias".
Portanto, vincou, "a situação é grave e preocupante", mas resolve-se "se houver liderança e se houver uma orientação clara em relação a estas matérias".
"Fruto da displicência por parte do Governo, da falta de trabalho, de orientação e de capacidade de liderança da autoridade de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, infelizmente vieram-se a confirmar as piores das nossas expectativas", disse o médico, que está a acompanhar mais de 20 cidadãos infetados com Covid-19 da sua lista de utentes na Unidade de Saúde Familiar (USF) da Travessa da Saúde, em Camarate, no concelho de Loures.