Sindicato Independente dos Médicos

Os médicos de família asseguraram até agora o acompanhamento da administração de cerca de três milhões de vacinas. Este trabalho foi realizado com prejuízo do acompanhamento dos seus utentes.

A pandemia de COVID-19 teve um enorme impacto nos três rastreios oncológicos de base populacional que permitem o diagnóstico precoce de cancros da mama, do colo do útero e do cólon e recto. Hoje mesmo o jornal Público noticia haver uma quebra superior a meio milhão de pessoas convocadas para estes três rastreios, de acordo com o que indicam os dados de 2020 adiantados pelo director do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Apesar de o Sindicato Independente dos Médicos – SIM ter por diversas vezes alertado a senhora Ministra da Saúde para este problema e para a necessidade de "libertar” os médicos de família desta tarefa de vacinação, a senhora Ministra não responde, não organiza e, mais grave, agrava a dificuldade de acesso da população aos médicos de família.

Este apelo não é único do SIM, e a senhora Ministra da Saúde recusa-se igualmente a aceitar a sugestão do senhor Coordenador da Task Force, Vice-Almirante Gouveia e Melo, para que se contratem pelo menos 400 médicos, 2000 enfermeiros e 2000 assistentes operacionais para as tarefas de vacinação.

No momento em que se prepara a vacinação de 100 mil pessoas por dia, retirando dois mil médicos de família por dia aos seus utentes, o SIM apela ao senhor Presidente da República e ao senhor Primeiro-Ministro para que não se continuem a desproteger os doentes crónicos, as crianças, as grávidas, os portugueses, privando-os do acesso aos seus médicos.