O Sindicato Independente dos Médicos - SIM manifesta solidariedade e apoio ao esforço desenvolvido pelos Diretores de Serviço do Hospital de São Bernardo, na tentativa de se evitar o colapso de alguns Serviços Hospitalares. Para tal, é imprescindível e urgente garantir um financiamento adequado do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), o que terá que passar pela sua requerida requalificação em termos dos parâmetros em vigor e definidos pelo Ministério da Saúde.
O número insuficiente de médicos, e outros profissionais de saúde, bem como de equipamentos do CHS, são anteriores à pandemia. Esta apenas agravou e evidenciou a situação de desinvestimento que o mesmo tem sido vítima desde há dezenas de anos.
Os Diretores de Serviço aprovaram por unanimidade uma moção cujos objetivos pretendem dar resposta aos problemas da população que servem, nomeadamente:
- Atrair profissionais, não apenas através da correta remuneração, mas também oferecendo condições de trabalho e de progressão e diferenciação profissional, sob pena de se ir assistir ao colapso de serviços, nomeadamente, a curto prazo, da Oncologia Médica e da Ginecologia e Obstetrícia;
- Melhorar as condições do atendimento ao doente urgente ou emergente, nomeadamente no Serviço de Urgência Geral, Urgência de Ginecologia e Obstetrícia, na UCI e Unidade de Cuidados Especiais Neonatais;
- Melhorar as condições dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT), tais como Patologia Clínica, Anatomia Patológica e Imagiologia, entre outros, que constituem pedra basilar do bom funcionamento de todos os Serviços do Hospital;
- Melhorar as condições do ambulatório e hospitais de dia;
- O funcionamento de alguns Serviços do CHS dependem do enorme sacrifício de muito poucos, pelo seu subdimensionados em recursos humanos médicos, e de outros grupos profissionais;
- Evitar que a venda do Hospital do Outão possa ser condição vinculativa da realização de uma obra de ampliação, já incluída no Orçamento do Estado em vários anos, mas ainda não iniciada; a transferência dos Serviços do Hospital do Outão é complexa e não se resume a uma enfermaria de Ortopedia, pelo que a ser concretizada conforme foi anunciado, traria muitos mais problemas dos que os que ajudaria a resolver.
Como usa dizer-se "não se consegue fazer omeletes sem ovos, nem meter o Rossio na Rua da Betesga!”.
Estas sugestões são públicas e foram apresentadas à Comissão Parlamentar de Saúde e em breve irão ser mais uma vez apresentadas ao Governo através do Sr. Secretário de Estado da Saúde.
O SIM apela ao governo para que não tente enganar fazendo as mesmas promessas ao longo de anos.
O SIM apoia os propósitos deste movimento, e apela para que o Governo aceite as propostas a favor de profissionais e doentes e que não deixe morrer o Hospital, enfraquecendo o já débil acesso aos cuidados de saúde dos cidadãos do Sul do país.
Lisboa, 11 maio de 2021
O Secretariado Regional do SIM/LVT