Correio da Manhã, 14 setembro 2021, Isabel Jordão
As equipas médicas de serviço às Urgências hospitalares estão "desfalcadas e não cumprem os critérios de segurança clínica exigidos em 75 por cento dos casos”, disse esta segunda-feira ao CM o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, adiantando que o problema é nacional e "particularmente grave” nos hospitais de Leiria e de Vila Franca de Xira.
A escassez de médicos é uma "questão de fundo e se nada for feito vai agravar-se”, defende Roque da Cunha, que apela ao Ministério da Saúde para "dialogar com os sindicatos” e para "criar condições para os médicos ficarem no Serviço Nacional de Saúde”, contratando mais profissionais e melhorando os salários dos especialistas.
"O principal problema é o nível de denegação do Ministério da Saúde em relação ao problema”, defende o médico.
No Hospital de Santo André, em Leiria, "são várias as especialidades-chave ao Serviço de Urgência afetadas pela grave carência em recursos humanos médicos”, diz o Sindicato Independente dos Médicos em comunicado, adiantando que "a Medicina Interna, a Cirurgia Geral e a Ortopedia encontram-se neste rol”. Além disso, "40 por cento das Urgências são asseguradas por prestadores de serviço”, frisa Roque da Cunha.