Público, 6 outubro 2021, Inês Moura Pinto
Após a demissão do director clínico do Hospital de Setúbal, Nuno Fachada, na semana passada, 87 directores de serviço e unidades funcionais do hospital seguiram-lhe os passos numa demissão em bloco, anunciada esta quarta-feira. Os profissionais alertam para uma situação de ruptura total, com os serviços de Obstetrícia e Ginecologia, e de Oncologia em risco de fechar.
Também José Cortez, director do serviço de Anestesiologia, adverte que apenas 50% das salas estão em funcionamento devido à falta de profissionais de saúde. "Não há um número suficiente de anestesistas que permita sequer voltar à normalidade, quanto mais compensar um défice que nós sabemos que existia antes”, critica.
O presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, presente na conferência de imprensa, reiterou que "é fundamental” o investimento do Serviço Nacional de Saúde. "[Os médicos demissionários] merecem o nosso respeito e solidariedade, e toda a disponibilidade para que este grito seja devidamente ouvido”, sublinha.
O serviço de Oncologia, que já teve oito especialistas, dispunha apenas de dois — o que obrigou à transferência de doentes. O mesmo acontece com o serviço de Obstetrícia que, segundo o bastonário, já teve 21 especialistas e agora tem 11, oito dos quais com mais de 57 anos — o que quer dizer que podem deixar de fazer urgência, obrigando a um encerramento deste serviço.
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