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Sindicato Independente dos Médicos

Porquê uma nova grelha salarial médica no SNS?

26 julho 2022
Porquê uma nova grelha salarial médica no SNS?
PROPOSTA DE NOVA GRELHA SALARIAL CARREIRA ESPECIAL MÉDICA E CARREIRA MÉDICA DO SNS (e outros serviços do Estado)
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Necessidade de fixar e captar especialistas num SNS com severa limitação do seu número, na maioria envelhecidos, apresentando índices de fadiga elevados e tendo de fazer frente a listas de espera crescentes em número e em tempo.
  • Saída sem precedentes de médicos do SNS por rescisão, cerca 1000 médicos em 2021;
  • Remuneração dos prestadores de serviço 3, 4 e 5 vezes superior aos médicos do quadro, até 90 €/hora, num total de 142 milhões de euros em 2021;
  • Incapacidade de fixar médicos recém-especialistas no SNS; nos últimos anos quase metade das vagas disponíveis não foram ocupadas;
  • Quando assinado o acordo com o Governo de 2012, compromisso exarado e ata para dois anos depois ocorrer nova negociação da grelha salarial;
  • Salário de especialista no regime de 35h semanais é de 1853€ brutos mensais (cerca de 1270€ líquidos mensais com subsídio de refeição) após um mestrado integrado de 6 anos, acrescidos de 4 a 6 anos para obtenção de especialidade;
  • Salários congelados desde 2007 (subida de 3,5% no ano eleitoral do Primeiro Ministro Engº José Sócrates), este ano 0,8%;
  • Diminuição do poder de compra de 28,5% considerando inflação, aumento de impostos e aumento taxa da ADSE;
  • Sistema de avaliação SIADAP bloqueado; a partir de 2018 para subir 1 nível (cerca de 100 euros) brutos são necessários 10 anos;
  • Portugal, foi o país da OCDE onde a remuneração dos médicos que mais caiu em termos reais entre 2010 e 2019. Essa tendência acentuou-se nos últimos anos. Relatório Health at a Glance de novembro 2021;
  • A Comissão Europeia, a OCDE e o Observatório Europeu dos Sistemas e Políticas de Saúde alertam que «as remunerações do pessoal de saúde do SNS, nomeadamente dos médicos, são inferiores às do setor privado» e que «os salários mais elevados praticados no setor privado incentivam médicos e enfermeiros a sair do SNS, ou mesmo a emigrar para outros países»;
  • Ex-Ministros da Saúde, Ana Jorge e Adalberto Campos Fernandes, Correia de Campos, Paulo Macedo assumem publicamente que é fundamental a valorização salarial dos médicos do SNS;
  • Penosidade do trabalho médico, a qual se manifesta, como trabalho suplementar obrigatório e recorrente, totalizando muitas horas a mais do que aquelas que são recomendadas internacionalmente, e na pesada prestação de trabalho noturno, que tantas vezes não dá lugar ao cumprimento dos tempos de descanso obrigatórios, nos termos da lei e das convenções de trabalho vigentes. Essa penosidade aumentada em tempo de pandemia;
  • Trabalho de elevado risco sanitário;
  • Vida social e familiar comprometida, com alta prevalência de stress pós-traumático, violência sobre profissionais e até casos de suicídio, de acordo com vários estudos;
  • Relação do salario médico com salário mínimo era em 2012, 485 euros = 3,82 vezes, e em 2018, 600 euros = 3 vezes em 2021;
  • Desvantagem competitiva do SNS, de que são exemplos o modelo de salários da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa - regime de 35h semanais iguais aos salários base no regime de 40h do SNS. Salários do SNS muito inferiores aos praticados pelas instituições privadas e de países estrangeiros;
  • Nos próximos 3 anos prevista a reforma por idade de 1200 médicos de medicina geral familiar e 1500 médicos hospitalares;
  • Falhanço na contratação de reformados, e muitos deles contratados para outras atividades que não as assistenciais;
  • Salários no estrangeiro 3 vezes superiores, altamente apelativos, com outras condições de trabalho e menor carga fiscal e benefícios fiscais;
  • A FEMS (Federação Europeia de Médicos Assalariados) defende como mínimo adequado um salario médio nacional multiplicado por 3;
  • A comparação com outras profissões – Juízes e professores universitários e engenheiros;
  • Baixos suplementos de chefia e de direção, que (e quando concedidos) afastam muitos potenciais candidatos;
  • Ausência de suplemento de interioridade, incentivos parcos para alguns poucos médicos -120 por ano;
  • Inquérito do projeto "3F – Financiamento, Fórmula para o Futuro”, mostra que 3 em cada 4 portugueses consideram que a Saúde não é encarada como uma prioridade pelo governo;
  • Única carreira da saúde com Acordo Coletivo Trabalho de 40 horas de trabalho semanal;
  • 120 milhões euros despendidos em trabalho extraordinário nas 8 milhões de horas extras anualmente efetuadas por médicos em 2021.
  • Crescente recurso ao cheque cirurgia efetuado nas instituições privadas e também nas públicas, importando dezenas de milhões de euros;
  • Crescente o volume financeiro de aquisição de serviços ao privado pelo SNS;
  • Mais de 17,5 mil milhões de euros para bancos e mais 3 mil milhões para a TAP ao invés do menor investimento SNS reconhecido em relatórios do tribunal de contas;
  • Aplicar a norma que permitiu a Caixa Geral de Depósitos que os quadros superiores pudessem ter salários competitivos com a concorrência. O resultado centenas de milhões de euros de dividendos para o Estado.
  • Com uma nova e melhorada grelha, poderá haver maior disponibilidade para a realização de trabalho suplementar necessário ao funcionamento dos serviços de urgência.
  • Contexto de carga fiscal mais elevada de sempre; a receita fiscal líquida do subsetor Estado aumentou 3.042,4 milhões de euros (+21%) nos primeiros cinco meses de 2022.
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