Em 2022, os negociadores do Sindicato Independente dos Médicos – SIM esperaram 9 horas dentro de uma sala na Av. João Crisóstomo, até que o Governo aceitasse incluir no protocolo negocial a revisão da grelha salarial médica. Algo unânime e generalizadamente reconhecido como justo e imprescindível, como muito recentemente
indicado por economistas ligados à saúde.
O SIM deu a sua palavra que respeitaria a via negocial e preservaria a paz social, mas não abdicando de denunciar os atentados ao SNS, aos seus profissionais e aos seus beneficiários. E palavra dada é palavra honrada.
Decorridos 14 meses e na véspera do prazo negocial estabelecido por esse protocolo negocial, aos sindicatos médicos é proposto um embuste, oferecendo migalhas como se de ambrósia se tratasse e pretendendo generalizar modelos de trabalho e remuneratórios à custa de cortes e regressão salarial. A par de repetidas "fugas” para a comunicação social de referências à bondade do Governo. Governo esse que empurrou o SIM para a greve.
Se preciso fora para ilustrar o que os médicos merecem ao Senhor Primeiro-Ministro e por arrasto aos seus ministros, a
entrevista de hoje à TSF diz tudo.
Arrogando-se a imagem de sindicalista, António Costa diz que aumentar os salários dos médicos não faz parte das prioridades do Governo. Como o orçamento não estica, cabe-lhe defender os interesses dos Estado, já que é "presidente do sindicato dos portugueses”. E de modo populista refere que "Quem representa os sindicatos terá uma posição, dizendo que o copo está meio vazio. E quem representa os contribuintes, terá uma visão, porventura, de dizer que o copo está mais cheio”.
O SIM fica enternecido com a preocupação que o Senhor Primeiro Ministro revela para com os contribuintes, os mesmos que vêm os seus bolsos esvaziados em prole de instituições bancárias e empresas de todos conhecidas, só lhe faltando terminar com um "A Bem da Nação”!
E não esquece. E os médicos portugueses não esquecem mais esta atitude de alguém que teve a postura que é de todos conhecida aquando da pandemia de COVID-19 e de Reguengos.